terça-feira, 22 de julho de 2008

Maestro

O papel do maestro, regente ou condutor é dar uniformidade a um grande contingente instrumental ou vocal para que todas sigam o tempo, a dinâmica e o andamento indicado na partitura, pois sem ele cada músico ou cantor perderia a marcação do tempo em relação aos outros. Em síntese, ele é o chefe do grupo, aquele que dita as ordens, impondo na maioria das vezes a sua "interpretação" à obra musical. Porém a figura do maestro ditador, prepotente e arrogante vem entrando em decadência há um bom tempo, e as grandes orquestras do mundo vêm preferindo assim regentes que se coloquem no mesmo nível dos outros integrantes da orquestra, sabendo que eles estão ali juntos para fazer música e não impor ordens.

terça-feira, 1 de julho de 2008

DVDs #17: Arabella, Richard Strauss

Ficou famosa a ligação do compositor Richard Strauss (1864-1949) ao libretista (além de poeta, dramaturgo e romancista) Hugo von Hofmannsthal (1874-1929), pelo conjunto extraordinário de obras que resultou dessa colaboração. Foram 6 as óperas de Strauss com libretos de von Hofmannsthal, tendo a primeira sido Elektra, escrita entre 1906 e 1908, e a última Arabella, composta entre 1930 e 1932, e estreada no dia 1 de Julho de 1933, passam hoje 75 anos.

Hofmannsthal faleceu no dia 15 de Julho de 1929 quando se prepara para assistir ao funeral do seu filho Franz, que se havia suicidado 2 dias antes. Strauss completaria o libreto deixado inacabado, e trabalharia depois com vários outros libretistas, entre eles o nosso já conhecido Stefan Zweig (1881-1942), embora as suas óperas mais representativas coincidam com o "período Hofmannsthal".

Quando estava prestes a terminar Die Frau ohne Schatten, Strauss pediu a von Hofmannsthal que lhe enviasse algum material que ele pudesse utilizar, nem que fosse uma nova versão de Rosenkavalier, pois estava completamente a zero. Curioso, este pedido, pois estavam ambos cientes da dificuldade em criar algo de sucesso que se distinguisse precisamente de Der Rosenkavalier, composta 20 anos antes. E o que é certo é que Arabella acabou mesmo por ser desconsiderada por muitos bons críticos, que a acharam uma mera cópia da antecessora... O facto de haver várias semelhanças entre ambas (Viena do século XIX como cenário, os bailes, as valsas, um papel travestido, etc.), terá porventura contribuído para tal conclusão...




Richard Strauss
Arabella.
Kiri Te Kanawa, Marie McLaughlin (sopranos), Wolfgang
Brendel (barítono), Donald McIntyre (baixo-barítono),
Helga Dernesch (meio-soprano), David Kuebler (tenor)
Metropolitan Opera Chorus
Metropolitan Opera Orchestra
Christian Thielemann
Deutsche Grammophon 073 005-9
(1995)


Internet

Richard Strauss
Richard Strauss online / Classical Music Pages / Karadar Classical Music / richard-strauss.com / Opera Glass / Boosey & Hawkes / The Classical Archives / Naxos / UOL Educação / Wikipedia

quarta-feira, 11 de junho de 2008

SACDs 1#


Mal adaptado ao ambiente vienense, Zemlinsky viveu em Praga entre 1911 e 1927, e é desse período que datam algumas das suas obras mais importantes. De entre elas destaca-se a Sinfonia Lírica que, como o nome diz e um pouco à moda de Gustav Mahler (1860-1911), combina os géneros sinfónico e vocal. O próprio compositor não fez segredo do seu modelo inspirador e, em Setembro de 1922, escreveu ao seu editor (*): "This Summer I've written something along the lines of The Song of the Earth. I haven't got a name for it yet. It consists of seven related songs for baritone, soprano and orchestra, to be played without a break". Zemlinsky baseou-se em poemas de Rabindranath Tagore (1861-1941) que, ao ganhar o Prémio Nobel da Literatura em 1913, tornou-se no primeiro laureado do continente asiático.

A Lyrische Symphonie foi estreada pelo autor, em Praga, no dia 4 de Junho de 1924. As interpretações neste disco, fabulosas, estão a cargo do soprano Christine Schäfer (1965-) e do barítono Matthias Goerne (1967-), com Christoph Eschenbach (1940-) a dirigir a Orquestra de Paris. Excelentes audições, pois claro!

(*) All Music Guide to Classical Music, Backbeat Books, 2005




Alexander Zemlinsky
Lyrische Symphonie, Op.18.
Christine Schäfer (soprano), Matthias Goerne (barítono)
Orchestre de Paris
Christoph Eschenbach
Capriccio 71 081
(2005)